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Megaterminal é inaugurado no Porto de Santos e deve impulsionar exportações de celulose

Foi inaugurado no Porto de Santos, no litoral paulista, nesta segunda-feira (31) um megaterminal de carga de celulose. Nomeado EBLog, ele pertencente à empresa Eldorado Brasil.

Segundo dados da Autoridade Portuária de Santos, o megaterminal pode levar o Porto a quadruplicar o volume de celulose que exporta em um período de 10 anos.

Em 2015 o porto exportou 2,5 milhões de toneladas de celulose. Com a inauguração, a projeção é de que até 2025 a capacidade de exportação atinja 10 milhões de toneladas.

Atualmente, o Brasil protagoniza o segundo lugar entre os maiores produtores globais de celulose. Em 2021, a produção nacional cresceu 7,4%, chegando a 22,5 milhões de toneladas.

De acordo com dados da Agência Nacional de Transportes Aquaviário (Antaq), o principal destino das exportações é a China, que recebe 85% do volume. Na sequência aparecem Itália (6%), Estados Unidos (2%), Alemanha (2%) e Holanda (2%).

O terminal da Eldorado será o sétimo do porto voltado à celulose. O empreendimento tem armazenagem de 50.000 m² e capacidade anual de 3 milhões de toneladas de celulose.

Para isso, a empresa aplicou um investimento de R$ 500 milhões na construção do terminal, aumentando a competitividade da marca no mercado.

Especialistas veem potencial

A inauguração do megaterminal deve gerar empregos e consolidar o Porto de Santos como um dos principais exportadores mundiais de celulose. A avaliação é de especialistas consultados pela CNN.

“O terminal consolida o Porto de Santos como um dos principais portos de embarque de celulose do mundo, através do seu ‘cluster da celulose’”, afirma André de Fazio, professor da Strong Business School e especialista em portos e comércio exterior.

Fazio destaca a capacidade do porto para aumentar o volume de celulose que a empresa exporta através do Porto, além da possibilidade de geração de empregos. “Maximiza a economia de escala e reduz custos logísticos”, completa.

Eldorado projeta que o EBLog elevará em cerca de três vezes sua capacidade de expedição de celulose, para 3 milhões de toneladas por ano.

Roberto Levier, consultor do FGV Transportes em Transporte Marítimo e Setor Portuário, reitera os ganhos logísticos. Ele indica que o acesso portuário através do transporte ferroviário possibilita o incremento de volumes.

“O transporte ferroviário possibilita uma maior eficiência na movimentação da celulose, com menor avaria durante o transporte interno até o porto”, diz.

O modal ferroviário responde por aproximadamente 30% do transporte das cargas movimentadas no Porto de Santos. A cada ano, essa participação vem aumentando progressivamente.

Professora de economia da ESPM, Cristina Helena de Mello destaca que “o transporte de mercadorias sempre foi e continua sendo estratégico para o desempenho da atividade produtiva”.

Ela pontua ainda que terminais privados oferecem produtividade superior aos terminais públicos. A especialista usa o porto de Tianjin, na China, como exemplo para destacar o potencial do empreendimento.

“Há um porto em Tianjin que é simultaneamente um ‘condomínio’ de empresas. Quase batem com o pé nos contêineres para embarcá-los. Desta forma, vejo um potencial enorme no fortalecimento das exportações de celulose e do Porto”, completa.

Fonte: CNN Brasil 

Complexo soja responde por 73% das exportações do agro goiano no 1º semestre de 2023

O complexo soja foi o grande protagonista das exportações do agronegócio goiano no 1º semestre de 2023. Segundo dados da plataforma Estatísticas de Comércio Exterior do Agronegócio Brasileiro (Agrostat), a cadeia agroindustrial da soja foi responsável por 73,2% do total exportado na primeira metade do ano, seguida por carnes (15,05%) e cereais, farinhas e preparações (4,09%). Com toda a exportação do agro, Goiás faturou mais de US$ 6,1 bilhões no semestre.

Grande parceira comercial do estado, mais uma vez a China foi a principal cliente, respondendo sozinha por 59,91% das compras externas, o que equivale a cerca de US$ 3,65 bilhões. Seguem o país asiático o bloco da União Europeia (6,96%), Tailândia (3,5%), Indonésia (2,83%) e Vietnã (2,43%). No total, ainda de acordo com os dados da Agrostat, os produtores goianos venderam para mais de 100 países.

“O agronegócio tem papel crucial na economia goiana e é por isso que buscamos estratégias para promover o constante crescimento do setor. Nossos números são resultado do trabalho árduo dos agricultores e pecuaristas goianos, mas também do apoio do Governo de Goiás, que busca novas oportunidades para impulsionar ainda mais as exportações goianas. O fato de termos comercializado com mais de 100 países, por exemplo, mostra a diversificação e alcance dos nossos produtos no mercado internacional”, ressalta o secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Goiás, Pedro Leonardo Rezende.

Apenas em julho de 2023 o estado de Goiás faturou US$ 1,1 bilhão com as exportações. Além do complexo soja (72,05%) e das carnes (19,39%), também teve destaque no mês o complexo sucroalcooleiro, com 3,49% de participação na comercialização externa. Outros produtos que fazem parte da exportação do agronegócio goiano são de origem animal, couros e afins; fibras e produtos têxteis; café, oleaginosos (excluindo-se a soja); e hortícolas, leguminosas, raízes e tubérculos, entre outros.

Agrostat
A Plataforma de Estatísticas de Comércio Exterior do Agronegócio Brasileiro (Agrostat) é mantida pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A fonte dos dados, atualizados mensalmente, é o Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex) do Governo Federal. As análises foram feitas pela equipe da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Goiás (Seapa).

Fonte: Secretaria de Estado de Agricultura – Governo de Goiás

Paraná bate recorde de exportações; agronegócio é responsável por boa parte do resultado

Foto: Cláudio Neves/Portos do Paraná

A balança comercial do Paraná continua em alta, com as exportações movimentando US$ 12,1 bilhões (R$ 59 bilhões na cotação atual) no primeiro semestre de 2023, o melhor resultado para o período na história do Estado. O montante representa um avanço de 14,2% em comparação com os primeiros seis meses do ano passado, que somaram US$ 10,6 bilhões. Este é o terceiro ano consecutivo em que o Paraná renova o seu recorde de exportações totais entre janeiro e junho.

No mesmo período, as importações movimentaram US$ 9,03 bilhões, 15% a menos do que no primeiro semestre de 2022, garantindo superávit de mais de US$ 3 bilhões no período.

Na avaliação do governador Carlos Massa Ratinho Junior, as marcas emblemáticas da balança comercial paranaense refletem o bom momento geral da economia estadual. Segundo ele, a estratégia é continuar trabalhando pela abertura e expansão dos mercados consumidores e a atração de novos investimentos privados para o Estado.

“Recentemente, ultrapassamos o Rio Grande do Sul para nos tornarmos a quarta maior economia do Brasil, o que significa o crescimento das nossas empresas e indústrias e também se reflete na criação de novas vagas de emprego e no aumento da renda da população”, afirma.

O bom resultado foi puxado principalmente pela comercialização da soja em grão e de carne de frango in natura, que juntos corresponderam por 38% do comércio exterior paranaense, totalizando US$ 4,6 bilhões em vendas. Somente o complexo da soja, que inclui grão, farelo e óleo, movimentou cerca de US$ 4,1 bilhões no período.

O comércio de cereais, terceiro produto mais exportado pelo Paraná, também se destacou, com crescimento de 90,6% em relação ao primeiro semestre de 2022, passando de U$ 270 milhões para U$ 515 milhões. Além da agropecuária, os produtos manufaturados também tiveram uma importante participação, tendo como principal exemplo as máquinas e aparelhos de terraplanagem e perfuração, cujas exportações quase dobraram no período analisado, passando de US$ 96 milhões para US$ 189 milhões.

As vendas de automóveis para o Exterior somaram US$ 236 milhões, um aumento de 45,8%, enquanto máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos diversos também tiveram um crescimento, de 20,4%, totalizando US$ 82 milhões.

Os dados fazem parte de um levantamento feito pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes) com base em informações disponibilizadas pela Secretaria de Comércio Exterior, órgão vinculado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.

“O crescimento das exportações paranaenses no primeiro semestre de 2023 ressalta, mais uma vez, a capacidade do Estado em atender a demanda doméstica, gerando também excedentes exportáveis. Cabe colocar que as exportações são um importante vetor do crescimento econômico, ajudando a explicar a expansão de 9,2% do PIB estadual no início deste ano”, analisa o diretor-presidente do Ipardes, Jorge Callado.

DESTINOS

Ao todo, a produção paranaense está presente em mais de 200 países ou territórios autônomos. Entre os principais mercados consumidores, a China lidera com folga, com mais de US$ 3,2 bilhões em importações no primeiro semestre de 2023, um crescimento de 52,9% em relação ao mesmo período do ano passado (US$ 2 bilhões).

Com uma variação positiva de 46,5%, a vizinha Argentina ocupa a vice-liderança, passando de US$ 586 milhões, entre janeiro e junho de 2022, para US$ 858 milhões no mesmo intervalo de tempo deste ano.

Completam a lista dos dez maiores compradores os Estados Unidos (US$ 692 milhões), México (US$ 537 milhões), Índia (US$ 370 milhões), Japão (US$ 362 milhões), Holanda (US$ 356 milhões), Coreia do Sul (US$ 315 milhões), Peru (US$ 265 milhões) e Paraguai (US$ 265 milhões).

IMPORTAÇÕES

As principais importações do Paraná no período foram adubos e fertilizantes (US$ 1,1 bilhão), óleos e combustíveis (US$ 915 milhões), autopeças (US$ 651 milhões) e produtos químicos orgânicos (US$ 550 milhões). A maior alta em relação ao mesmo período do ano passado foi na compra de veículos de carga (163%) e o maior recuo em adubos e fertilizantes (-49%).

Confira os dados de exportação do primeiro semestre de 2023  AQUI , da série histórica, AQUI , e os países de destino AQUI . As importações estão AQUI .

Fonte: Portal Sou Agro

Ministério projeta superávit comercial recorde de US$ 84,7 bilhões

O leve aumento de exportações e de importações de produtos cujos preços arrefeceram nos últimos meses fez o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) projetar superávit comercial (exportações menos importações) recorde em 2023. A segunda estimativa do ano prevê superávit de US$ 84,7 bilhões.

A projeção é atualizada a cada três meses. Caso se confirme, o superávit será 37,7% mais alto que o saldo positivo de US$ 61,525 bilhões registrado em 2022, até agora o melhor resultado da história.

O saldo comercial deverá subir porque as importações cairão mais que as exportações em relação aos resultados de 2022. O governo projeta exportar US$ 330 bilhões este ano, queda de 1,2% em relação aos US$ 334,1 bilhões exportados pelo país ano passado. Em contrapartida, as importações deverão atingir US$ 245,2 bilhões, recuo de 10% em relação aos US$ 272,6 bilhões comprados do exterior em 2022.

Em relação à projeção anterior, divulgada em abril, tanto as exportações como as importações subiram levemente. “Em relação à primeira previsão, houve aumento de cerca de US$ 5 bilhões em importação e também em exportação. As expectativas estão em linha”, declarou o subsecretário de Inteligência e Estatísticas de Comércio Exterior do MDIC, Herlon Brandão.

Fatores

Segundo o MDIC, dois fatores estão por trás do saldo recorde em 2023. Por um lado, os preços de commodities energéticas, como o petróleo, e de itens como fertilizantes, estão em tendência de queda após atingirem um pico no início da guerra entre Rússia e Ucrânia. Por outro lado, a desaceleração da economia deve provocar queda nas importações, por causa da retração do consumo.

A guerra entre Rússia e Ucrânia tem impactado as importações nos últimos meses. Os preços internacionais dos adubos e dos fertilizantes caíram 55,2% em junho, na comparação com o mesmo mês do ano passado. O preço médio dos combustíveis importados diminuiu 40,4% na mesma comparação. O preço médio do trigo, outro produto que o Brasil importa em grande quantidade, cai 18,6%.

Fonte: Agência Brasil

Voltar a exportar pescado para Europa é prioridade, diz ministro da Pesca

Nomeado para comandar o recriado Ministério da Pesca e Aquicultura, o ex-deputado federal André Carlos Alves de Paula Filho, ou simplesmente André de Paula (PSD-PE), 61 anos, reconhece que sua indicação foi mais política do que técnica.

Mas não vê como uma desvantagem para sua atuação na Esplanada dos Ministérios. Avalia que poderá usar a experiência no Legislativo e sua relação com os parlamentares em benefício das políticas públicas pra o setor.

Em entrevista exclusiva à Globo Rural, ele afirma que um primeiro avanço na volta da pasta foi elevar de R$ 20 milhões para R$ 300 milhões o Orçamento. De Paula calcula que é pouco e que ainda não sabe quanto seria o ideal, mas promete trabalhar para aumentar os valores, contando com emendas parlamentares.

Entre as prioridades de sua gestão estão a valorização e legalização de pescadores artesanais e a isonomia tributária na ração para peixes. O setor paga PIS e Cofins, enquanto as rações de aves e suínos são isentas.

Também sinaliza concordar com o que reivindica a Associação Brasileira das Indústrias de Pescados (Abipesca), que os alimentos plant based tenham rotulagem diferente. “Peixe é peixe, planta é planta”, repete.

Outro objetivo é conseguir a retomada das exportações para o mercado europeu. A Europa, com US$ 62 milhões por ano, era o maior mercado para o produto nacional até setembro de 2017. Após fiscais europeus auditarem dez plantas brasileiras de exportação e identificarem irregularidades sanitárias em seis, os embarques foram interrompidos.

“O fundamental agora é batalhar pela nova reavaliação. Tendo sucesso nessa pretensão, e teremos, vamos marcar essa passagem aqui por dois momentos: antes e depois de voltar a exportar pescado para o mercado europeu.”

Leia os principais trechos da entrevista.

Globo Rural – A indicação do senhor como ministro surpreendeu. Qual a sua ligação com a pesca e a aquicultura?
André de Paula
 – Não sou uma pessoa da pesca. Tenho a convicção de que a escolha para comandar o Ministério não foi por um técnico e sim por líder político, como eu sou. Tenho 32 anos de vida pública, 22 anos de Congresso, nove mandatos no Legislativo e dois no Executivo. O perfil era de alguém que pudesse reduzir o grau de instabilidade da pasta, que já esteve ligada ao Ibama e ao Ministério da Agricultura, e confirmasse o status de ministério. Consolidar a estabilidade da pasta passa por resultados nos próximos quatro anos. Meu sentimento é que estou aqui, depois de montar um equipe consistente, para liderar um processo com várias questões que passam pelo Congresso, como Orçamento, arcabouço jurídico para modernizar a atividade, equidade tributária para a ração e outras. Ou seja, um líder político para animar a tropa e correr atrás de resultados.

GR – Quais são as suas prioridades nesses primeiros meses?
De Paula
 – Os primeiros 50 dias foram de grande desafio para recriar um Ministério. Tínhamos um orçamento em torno de R$ 20 milhões como Secretaria Nacional da Pesca. Agora, temos R$ 300 milhões. Ainda é pouco, mas é um objetivo que eu vou perseguir. Aí, entra na minha seara porque o Orçamento passa pelo Congresso Nacional. Ter a chancela de um partido com 42 deputados, 15 senadores e o presidente do Congresso (senador Rodrigo Pacheco) faz muita diferença. Outra prioridade da minha gestão é voltar a fornecer para o mercado europeu, que é o maior consumidor de pescado do mundo e era nosso maior cliente até 2017. Na aquicultura, eu destaco a isonomia tributária. Aves e suínos têm isenção de PIS e Cofins na ração e a aquicultura não tem. Para a pesca, isso significa 70% da cadeia produtiva. Na minha conversa com o presidente, quando recebi o convite para assumir a Pasta, falamos sobre isso ele se mostrou claramente favorável. Ele já deu o status de Ministério à pesca lá atrás e agora voltou a fazê-lo. Ele tem a compreensão de que, em um país de quase 8 mil km de costa, que tem uma das maiores reservas de água doce e que faz da segurança alimentar sua maior preocupação, uma atividade como a pesca tem que ter um peso diferente.

GR – Qual seria um orçamento razoável para a pasta?
De Paula
 – Ainda não tenho noção. Tenho como objetivo perseguir o orçamento ideal. Vamos estimular os deputados federais e senadores a nos ajudar a tocar projetos importantes com suas emendas. Acho que apenas 10% dos R$ 300 milhões do nosso orçamento decorrem hoje de emendas, volume muito aquém do que podemos ter. Todo parlamentar, por meio da emenda, persegue ações que possam fazer a diferença na comunidade em que atua, para o seu eleitor perceber que aquele voto mudou sua vida. Tem que ter projetos que lhe deem visibilidade. Essa é a moeda de troca da democracia. Vamos trabalhar para ter esses bons projetos que incentivem o parlamentar a destinar suas emendas para o setor.

GR – Por que as exportações para o mercado europeu pararam?
De Paula
 – Entendo que foi mais uma questão política, mas fomos obrigados a passar por um processo de avaliação. Estou convencido de que o mundo olha hoje para o Brasil de uma forma diferente, devido ao esforço do presidente Lula nas relações internacionais. Há um convencimento dos setores da pesca, especialmente a industrial, de que, havendo uma nova avaliação, venceremos esse desafio. Houve até questões ambientais, mas o fundamental agora é batalhar pela nova reavaliação. Tendo sucesso nessa pretensão, e teremos, vamos marcar essa passagem aqui por dois momentos: antes e depois de voltar a exportar pescado para o mercado europeu.

“Tínhamos um orçamento em torno de R$ 20 milhões como Secretaria Nacional da Pesca. Agora, temos R$ 300 milhões. Ainda é pouco, mas é um objetivo que eu vou perseguir. Aí, entra na minha seara porque o Orçamento passa pelo Congresso Nacional. “


GR – Já existe algum projeto no Congresso para garantir ao setor a isonomia na compra da ração?
De Paula – Sim, e o momento é positivo para perseguir essa isonomia. Se o presidente Lula teve a iniciativa de assegurar o status de Ministério à Pesca, isso mostra que ele quer investimentos nessa área. E temos uma frente parlamentar da pesca forte no Congresso. Pretendo ser um bom advogado da pesca e aquicultura e vou defender de forma intransigente o setor enquanto estiver aqui.

GR – O que é possível fazer na prática e de imediato para a pesca artesanal e as comunidades ribeirinhas? Depende de projetos no Congresso?
De Paula
 – Quase tudo passa pelo Congresso. Uma das minhas primeiras medidas foi pedir um levantamento de todos os processos que tramitam no Congresso sobre as diversas áreas da pesca. Fazer uma avaliação rigorosa do que esses projetos têm de positivo e negativo. Muitas vezes esses projetos são o caminho mais rápido para o avanço. Em projeto já existente, podemos pactuar com o Congresso uma emenda que resolva um problema específico do setor. Uma reclamação recorrente do pescador artesanal é a dificuldade de acessar o sistema que o legaliza. Estar à margem da legalização traz, entre outros problemas, a questão do acesso à Previdência Social. Tivemos muitos problemas com pescadores sobre os quais havia suspeição. Tem que ter inclusão no sistema que permita a transparência. Muitas vezes, para quem é de uma comunidade, ter acesso à internet parece um problema simples, mas não é. Legalização, capacitação e preparo técnico desses pescadores é uma prioridade total e vamos buscar parcerias para fazer isso rapidamente. A Defensoria Pública da União, por exemplo, já se colocou à disposição para uma parceria. Podemos fazer um mutirão que envolva os governos federal, estadual e municipal para atuar nas comunidades dos pescadores.

"A mulher tem uma presença muito relevante na indústria pesqueira, no chão de fábrica, na pesca artesanal, nas comunidades originais e tem que ter o destaque que merece" — Foto: Divulgação Ministério da Pesca e Aquicultura

“A mulher tem uma presença muito relevante na indústria pesqueira, no chão de fábrica, na pesca artesanal, nas comunidades originais e tem que ter o destaque que merece” — Foto: Divulgação Ministério da Pesca e Aquicultura

GR – Há vários movimentos de mulheres pescadoras requisitando seu espaço. Como o senhor vai trabalhar a questão?
De Paula
 – A pescadora e a marisqueira serão uma prioridade. A mulher tem uma presença muito relevante na indústria pesqueira, no chão de fábrica, na pesca artesanal, nas comunidades originais e tem que ter o destaque que merece. Em 8 de março, Dia Internacional da Mulher, vamos anunciar um conjunto de iniciativas associadas a outros ministérios para mostrar como a mulher é prioridade. Só o fato de estar ainda discutindo essa questão depõe contra nosso país. Temos que resolver isso rapidamente.

GR – Quantos pescadores recebem o seguro defeso hoje e quantos são mulheres? Nos últimos anos, houve várias notícias de fraude e muita reclamação dos pescadores. Como resolver?
De Paula
 – Recebem o seguro defeso cerca de 900 mil pescadores no total, mas não sei quantas são mulheres. Para evitar fraudes, um programa como esse e o Bolsa Família devem ser escrutinados de forma permanente. O pior sentimento é você fazer esforço para corrigir uma distorção e perceber que existe gente de má-fé, que usa parte dos esforços de forma inadequada. É uma forma de desmoralizar o programa, de fazer com que as pessoas tenham uma percepção muito errada. O seguro é uma questão de sobrevivência: ou o Estado assiste o pescador ou ele não sobrevive. Ouvi da ministra Marina Silva, e sempre levo isso comigo, que temos que trabalhar sempre para manter a figura do avô pescador, do pai pescador e do filho pescador. Hoje, não há encanto para estimular a nova geração. Precisamos fazer com que os jovens se sintam apoiados e estimulados a persistir na vocação que lhe chegou do ponto de vista familiar.

"Ouvi da ministra Marina Silva e sempre levo isso comigo que temos que trabalhar sempre para manter a figura do avô pescador, do pai pescador e do filho pescador" — Foto: Divulgação / Ministério da Pesca e Aquicultura

“Ouvi da ministra Marina Silva e sempre levo isso comigo que temos que trabalhar sempre para manter a figura do avô pescador, do pai pescador e do filho pescador” — Foto: Divulgação / Ministério da Pesca e Aquicultura

GR – O senhor fala em muitas prioridades. Pesca e aquicultura têm realidades bem diferentes. Alguma área vai ter prioridade sobre outra ou precisa de mais cuidado ou orçamento?
De Paula
 – Meu perfil é o do diálogo. Vou trabalhar pela harmonia entre as distintas áreas. As políticas que fortalecem os dois setores são distintas, mas podem ser harmônicas. Por isso, temos secretarias distintas como a de Pesca Industrial, da Pesca Artesanal, da Aquicultura, com equipes próprias. Cada um tem que ser advogado de sua área.

GR – Como o senhor formou sua equipe? Aproveitou quadros técnicos da gestão passada?
De Paula
 – Sempre trabalhei no Executivo vinculado à questão de mérito. Mais de 80% do pessoal do ministério já estava na secretaria. Conversei muito com o ex-ministro Gregolin [Altemir Gregolin foi ministro da Pesca de 2006 a 2011 e era cotado para reassumir a Pasta], que coordenou o GT (de Pesca na transição). Ele me deu muitas sugestões. Como ministro é um líder político, precisa ter ao seu lado um braço técnico forte. Na escolha do meu secretário executivo, Carlos Melo, levei em conta o currículo, mas sobretudo a longa trajetória que ele construiu dentro do setor.

GR – Um dos problemas graves da pesca são dados e estatísticas. A ONG Oceana, por exemplo, aponta essa falta, dizendo que o país não sabe quais são seus estoques pesqueiros, se está pescando a mais, com risco à sustentabilidade. Como fazer o Brasil ter dados confiáveis?
De Paula 
– A falta de dados realmente é um problema gigante de um país que é gigante, de dimensões continentais. É muito ruim trabalhar no escuro e é o que tem acontecido com a pesca. Temos hoje uma Secretaria Nacional de Pesquisa e Estatística que vai cuidar dos dados e estabelecer parcerias para avançar. Flavia Lucena, professora da Federal Rural de Pernambuco, que assumiu essa secretaria, tem a exata noção do desafio que tem em mãos. Vamos colocar isso como uma das nossas preocupações centrais. Precisamos começar a ter clareza e nitidez sobre a realidade da pesca no Brasil. Sou muito otimista e acho que em quatro anos podemos avançar muito na solução.

“Recebem o seguro defeso cerca de 900 mil pescadores no total, mas não sei quantas são mulheres. Para evitar fraudes, um programa como esse e o Bolsa Família devem ser escrutinados de forma permanente.”

GR – Recentemente, houve uma grande polêmicacom a divulgação de que uma bactéria (Klebsiella pneumoniae) ameaçava seriamente a produção nacional da tilápia. Depois, técnicos e pesquisadores disseram que não havia motivo para pânico. O que o Ministério pode fazer para preservar a sanidade da produção?
De Paula – São questões importantes que precisam ser acompanhadas. Vamos ter uma equipe técnica que vai participar desse processo para nos apoiar em eventuais correções de caminho, mas não tenho muita preocupação com isso.

GR – No fim de 2021, a Associação Brasileira das Indústrias de Pescados (Abipesca) entrou com uma ação civil pedindo a retirada das prateleiras de produtos de base vegetal que simulem proteína animal. Como o senhor se posiciona sobre a rotulagem dos alimentos plant based de sabor peixe?
De Paula
 – Acho que esses alimentos têm que ter uma regulação própria. Peixe é peixe, planta é planta! Concordo com o posicionamento da Abipesca.

GR – Por que o peixe, alimento considerado mais saudável que outras proteínas, é bem menos consumido no Brasil que carne bovina, frango e suínos? [O consumo per capita de peixe no Brasil é estimado em 10 kg, ante os 90,9 kg de carne bovina, 45 kg de frango e 18 kg de suínos.]
De Paula
 – Acho que essa questão mexe com questões culturais. É preciso gerar o hábito para o brasileiro consumir peixe. Quando eu era secretário de Produção Rural em Pernambuco, tive o privilégio de definir os itens que integravam a merenda regional e incluí a tilápia, que temos em abundância no sertão do São Francisco. O curioso é que isso foi muito celebrado pelo setor, não por questões econômicas, mas por ajudar a criar um mercado. Estudantes passaram a consumir e gostar de peixe. São necessárias ações de publicização desses fatores benéficos de consumo do peixe associados com ações culturais. Um grande desafio é avançar nesse consumo. Não é inatingível.

GR – O que o ministério pode fazer para elevar esse consumo?
De Paula
 – Vamos fazer campanhas publicitárias, chamando a iniciativa privada para participar. Os setores me pedem para usar o peso institucional do ministério para uma ação planejada com investimentos dos interessados em promover esse consumo. Esse é um investimento que certamente dará retorno.

Fonte: Globo Rural 

IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO

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Após reunião com representantes, EUA e China se comprometem a fortalecer intercâmbios comerciais

A secretária do comércio dos Estados Unidos, Gina Raimondo, e o ministro do comércio chinês, Weng Wentao, se mostraram preocupados com as tensões políticas e econômicas entre os dois países. Após encontro entre as lideranças, ambos se comprometeram a fortalecer os intercâmbios em questões comerciais entre as nações.

Os recentes ataques chineses a empresas de consultoria americanas sem grandes explicações, e restrições dos EUA às exportações de tecnologia de semicondutores chineses têm elevado as tensões entre os dois países, que já eram altas por conta de disputas territoriais chinesas com Hong Kong.

De acordo com comunicado do escritório de Raimondo, esses temas foram levantados na reunião.

Os dois governos ainda não retomaram as negociações sobre a guerra tarifária desencadeada pelo aumento das tarifas de importação ao longo do governo Trump e ainda não abordadas por Joe Biden.

O ministro do Comércio da China continua nos EUA para uma reunião em Detroit do Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico.

Fonte: CNN Brasil

Governo apresenta ações de incentivo ao comércio exterior no Itajaí Comex Summit

As ações de incentivo do Governo do Estado nas áreas ligadas ao comércio exterior foram destaque na abertura do Itajaí Comex Summit 2023, realizado entre quinta e sexta-feira (18 e 19), em Itajaí. Os benefícios fiscais oferecidos em Santa Catarina e sua relação com a força local nas operações internacionais foram detalhados pela Secretaria de Estado da Fazenda.

Responsável pela atração de investimentos para o Estado, o diretor de Desestatização e Parcerias (DIDE) da Fazenda, Renato Lacerda, apresentou as perspectivas das políticas econômica e de desenvolvimento em SC. O painel abordou as medidas definidas para a busca de receitas no âmbito do Plano de Ajuste Fiscal de Santa Catarina (Pafisc) e das estratégias adotadas para atrair novos investimentos. Lacerda destacou que as rodovias do Estado têm prioridade na captação de recursos financiados, em atenção à importância da malha viária na distribuição e escoamento da produção catarinense.

A revisão dos benefícios fiscais prevista no Pafisc, reforçou o diretor, será colocada em prática para corrigir excessos, sem prejudicar a competitividade das empresas catarinenses. “O papel do Estado é remover os obstáculos para a iniciativa privada fazer seus negócios, investimentos e trazer desenvolvimento para Santa Catarina”, anunciou.

Especialista em Comércio Exterior, a auditora fiscal Lenai Michels, que integra a equipe da Diretoria de Administração Tributária da Fazenda/SC, apresentou a carteira de incentivos de Santa Catarina. Além das informações relativas às importações, também detalhou outros benefícios oferecidos pelo Estado, como o Programa Pró-Emprego e o Programa de Desenvolvimento da Empresa Catarinense – Prodec. “Santa Catarina sempre soube lidar com as adversidades, revisando e modernizando seus programas de incentivo fiscal. Não será diferente com outras situações que estão por vir, como a Reforma Tributária”, afirmou.

Também participaram do evento o secretário de Articulação Internacional do Governo do Estado, Juliano Froehner, e o secretário-adjunto de Portos, Aeroportos e Ferrovias de SC, Robison Coelho. O secretário-adjunto tratou sobre projetos estruturantes do Estado no painel “O complexo portuário de Itajaí/Navegantes, sua relevância para o Comércio Exterior brasileiro e as perspectivas para o futuro”. Durante o evento, o secretário Juliano Froehner assinou um convênio técnico-científico com a Universidade do Vale do Itajaí (Univali) para o desenvolvimento de ações, programas e projetos conjuntos de pesquisa, extensão, cultura e desenvolvimento tecnológico.

O Itajaí Comex Summit é promovido pelo Núcleo de Comércio Exterior da Associação Empresarial de Itajaí (ACII), em parceria com a Delegacia da Receita Federal do Brasil no município.

Governo de SP vai capacitar micro, pequenas e médias empresas que querem exportar

O Governo de São Paulo vai selecionar e capacitar, gratuitamente, 150 micro, pequenas e médias empresas, além de startups e produtores rurais interessados em exportar produtos e serviços. Fruto de parceria entre a Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE) e a InvestSP, a agência paulista de promoção de investimentos, o Exporta SP (Programa Paulista de Capacitação para Exportação) está com inscrições abertas até 21 de julho. Empreendedores de qualquer região do Estado e de qualquer setor podem se cadastrar pelo site da InvestSP.

O programa já capacitou cerca de 700 empresas, número que pode chegar a mil até o fim do ano. Em média uma, de cada cinco, consegue exportar antes mesmo do fim do treinamento, que tem duração de quatro meses e é 100% online. Depois, os empreendedores ainda são acompanhados por especialistas por até dois anos. Entre os objetivos está aumentar a competitividade, o faturamento e a segurança das pequenas empresas, que, ao acessarem o mercado internacional, passam a desenvolver novas habilidades e podem ter várias fontes de receita.

“Ao investir na capacitação empreendedora, queremos incentivar os pequenos negócios a buscar novos mercados e mover a alavanca do desenvolvimento que gera renda e emprego, forte diretriz do governador Tarcísio de Freitas”, afirma o secretário de Desenvolvimento Econômico, Jorge Lima.

O Exporta SP conta com aulas coletivas com representantes da InvestSP e da FIA (Fundação Instituto de Administração), além de mentorias individuais, momentos nos quais o pequeno empresário pode debater as necessidades e as características específicas de cada negócio com um especialista. A capacitação aborda os temas que mais desafiam os empreendedores no processo de internacionalização de seus produtos e serviços, como definição de preços, inteligência comercial, marketing, contratos internacionais, logística e vendas.

“Os pequenos negócios são responsáveis por oito, de cada 10 empregos gerados no Brasil, além de representarem quase metade das empresas exportadoras. Capacitar, abrir novos mercados e apoiar esses empreendedores está diretamente ligado à nossa missão de gerar desenvolvimento, emprego e renda em São Paulo”, diz o presidente da InvestSP, Rui Gomes Junior.

A maior parte dos participantes atua nos setores de alimentos e bebidas, máquinas e equipamentos e vestuário. A seleção é feita com base em uma análise da equipe técnica da InvestSP, que leva em conta o nível de maturidade de cada empresa para acessar o mercado internacional. Para mais informações, visite o site da agência ou entre em contato com a equipe de promoção de exportações da InvestSP.

Fonte: São Paulo, Governo do Estado

CCT simplifica importação de materiais para pesquisa científica

A Comissão de Ciência e Tecnologia (CCT) aprovou nesta quarta-feira (24) projeto que cria um cadastro nacional de pesquisadores com liberação imediata para importar mercadorias destinadas a estudos científicos. A proposta, do senador Romário (PL-RJ), recebeu parecer favorável do relator, senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Agora o texto será analisado de forma terminativa na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE).

O PL 2374/2019 altera a Lei 8.010, de 1990, que regula as importações de bens destinados à pesquisa científica. Com as modificações, o projeto busca acelerar a liberação de materiais estrangeiros usados nos estudos. Para isso, é proposta a criação, por meio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), de um cadastro nacional de pesquisadores e entidades que executem programas de pesquisa.

Com o cadastro nacional do CNPq, pesquisadores poderão adotar procedimentos de importação mais simplificados. Os bens destinados à pesquisa científica e tecnológica terão licenciamento, isenção de impostos, desembaraço aduaneiro e liberação imediata, independentemente do valor. Além disso, os cientistas poderão ingressar no país portando os materiais de estudo perante a apresentação do termo de liberação.

Emendas

Flávio Bolsonaro apresentou cinco emendas para o projeto. Na redação original, apenas o pesquisador seria responsabilizado caso usasse os materiais importados para outras finalidades que não sejam científicas. O relator propôs que, nesses casos, as instituições credenciadas também sejam tidas como corresponsáveis pelo desvio do uso e por suas consequências.

O senador também sugeriu que, após a aprovação do projeto, o Poder Executivo tenha 180 dias para regulamentar a aplicação das novas normas de importação de bens para estudos científicos. As demais emendas foram de redação.

— Todas as alterações foram feitas em conjunto com a assessoria do senador Romário para que o projeto fosse aprimorado — garantiu Flávio Bolsonaro.

De acordo com dados apresentados por Romário, 76% dos cientistas brasileiros já perderam material científico na alfândega.

Fonte: Agência Senado